Belo Horizonte
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Lei 89/2021 Empty Lei 89/2021

Qui Ago 26 2021, 16:22

  • Aprovada pelo Congresso Legislativo em 24 de agosto de 2021;

  • Sancionada pelo Príncipe Soberano Dom Hiran em 26 de agosto de 2021;

  • Entrou em vigor em 11 de setembro de 2021.


Ementa: Institui a Lei Geral de Introdução às Normas do Ordenamento Jurídico.
Situação: Não contém revogação expressa
Origem: Congresso Legislativo

Lei 89/2021 Latest?cb=20191209181831&path-prefix=pt-br

Lei 89/2021

Título I
Do Ordenamento Jurídico

Art. 1º O ordenamento jurídico, para os fins desta lei, constitui o sistema de normas escritas que regem o Estado e a sociedade.

Capítulo I
Das Leis, sua Revogação e sua Vigência

Art. 2º Se, antes de a lei entrar em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.
§ 1º As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.
§ 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.
§ 3º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente assim o declara, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
§ 4º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.
Art. 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por sua lei de revogação ter perdido sua vigência.
Art. 4º Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
Art. 5º Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
Parágrafo único: Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito.
Art. 6º A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.                      
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.
Art. 7º Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei belo-horizontina, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada.

Capítulo II
Do Casamento, do Divórcio e da Família

Art. 8º A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
§ 1º Realizando-se o casamento em Belo Horizonte, será aplicada a lei belo-horizontina quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.
§ 2º O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes.
§ 3º Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal.
§ 4º O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.
§ 5º O estrangeiro casado, que se naturalizar belo-horizontino, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se anexe ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro.
Art. 9º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem belo-horizontinos, só será reconhecido em Belo Horizonte depois de um ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separarão judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no País.
§ 1º O Supremo Tribunal, na forma de seu Regimento Interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de belo-horizontinos, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais.
§ 2º Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não-emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda.

Capítulo III
Do Domicílio

Art. 10º Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se encontre.

Capítulo IV
Do Penhor

Art. 11º Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados.
§ 1º Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens móveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares.
§ 2º O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada.

Capítulo V
Das Obrigações

Art. 12º Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituirem.
§ 1º Destinando-se a obrigação a ser executada em Belo Horizonte e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato.
§ 2º A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida no lugar em que residir o proponente.

Capítulo VI
Da Sucessão

Art. 13º A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei belo-horizontina em benefício do cônjuge ou dos filhos belo-horizontinos, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus".
§ 2º A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.

Capítulo VII
Das Organizações

Art. 14º As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituirem.
§ 1º Não poderão, entretanto ter em Belo Horizonte filiais, agências ou estabelecimentos antes de serem os atos constitutivos aprovados pelo Governo de Sua Alteza Sereníssima, ficando sujeitas à lei belo-horizontina.
§ 2º Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que eles tenham constituído, dirijam ou hajam investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou suscetíveis de desapropriação.
§ 3º Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios necessários à sede dos representantes diplomáticos ou dos agentes consulares.

Capítulo VIII
Da Cooperação Jurídica Internacional

Art. 15º É competente a autoridade judiciária belo-horizontina, quando for o réu domiciliado em Belo Horizonte ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.
§ 1º Só à autoridade judiciária belo-horizontina compete conhecer das ações relativas a imóveis situados em Belo Horizonte.
§ 2º A autoridade judiciária belo-horizontina cumprirá, concedido o "exequatur" e segundo a forma estabelecida pela lei belo-horizontina, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente, observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências.
§ 3º A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais belo-horizontinos provas que a lei belo-horizontina desconheça.
§ 4º Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência.
§ 5º Será executada em Belo Horizonte a sentença proferida no estrangeiro, que reúna os seguintes requisitos:
I - haver sido proferida por juiz competente;
II - terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia;
III - ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi proferida;
IV - estar traduzida por intérprete autorizado;
V - ter sido homologada pelo Supremo Tribunal.
Parágrafo único: Não dependem de homologação as sentenças meramente declaratórias do estado das pessoas.
Art. 16º Quando, nos termos do artigo anterior, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei.
Art. 17º As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia em Belo Horizonte, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.

Capítulo IX
Da Assistência Consular aos Cidadãos no Exterior

Art. 18º Tratando-se de belo-horizontinos, são competentes as autoridades consulares belo-horizontinas para lhes celebrar o casamento e os mais atos de registro civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos de belo-horizontino ou belo-horizontina nascido no país da sede ou na área de jurisdição do consulado ou seção consular.
§ 1º As autoridades consulares belo-horizontinas também poderão celebrar a separação consensual e o divórcio consensual de belo-horizontinos, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e observados os requisitos legais quanto aos prazos, devendo constar da respectiva escritura pública as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado quando se deu o casamento.
§ 2º É indispensável a assistência de advogado, devidamente constituído, que se dará mediante a subscrição de petição, juntamente com ambas as partes, ou com apenas uma delas, caso a outra constitua advogado próprio, não se fazendo necessário que a assinatura do advogado conste da escritura pública.
Art. 19º Consideram-se válidos todos os atos indicados no artigo anterior e celebrados pelos cônsules belo-horizontinos até a data do início da eficácia desta lei.
Parágrafo único: No caso em que a celebração desses atos tiver sido recusada pelas autoridades consulares, ao interessado é facultado renovar o pedido dentro em noventa dias contados da data da publicação desta lei.

Capítulo X
Da Decisão, Interpretação e Revisão de Decisão Administrativa, Controladora e Judicial

Art. 20º Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão.
Parágrafo único: A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida imposta ou da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das possíveis alternativas.
Art. 21º A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências jurídicas e administrativas.
Parágrafo único: A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o caso, indicar as condições para que a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos interesses gerais, não se podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiaridades do caso, sejam anormais ou excessivos.
Art. 22º Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos administrados.
§ 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, serão consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, limitado ou condicionado a ação do agente.
§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para a administração pública, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes do agente.
§ 3º  As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria das demais sanções de mesma natureza e relativas ao mesmo fato.
Art. 23º A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou orientação nova sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de direito, deverá prever regime de transição quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento de direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais.
Art. 24º A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará em conta as orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação geral, se declarem inválidas situações plenamente constituídas.
Parágrafo único: Consideram-se orientações gerais as interpretações e especificações contidas em atos públicos de caráter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ainda as adotadas por prática administrativa reiterada e de amplo conhecimento público.
Art. 25º Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na aplicação do direito público, inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após realização de consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral, celebrar compromisso com os interessados, observada a legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de sua publicação oficial.
Parágrafo único: O compromisso referido no caput deste artigo:
I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatível com os interesses gerais;
II - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou condicionamento de direito reconhecidos por orientação geral;
III - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu cumprimento e as sanções aplicáveis em caso de descumprimento.
Art. 26º A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, poderá impor compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do processo ou da conduta dos envolvidos.
§ 1º  A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas previamente as partes sobre seu cabimento, sua forma e, se for o caso, seu valor.
§ 2º  Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebrado compromisso processual entre os envolvidos.

Capítulo XI
Da Segurança Jurídica

Art. 27º O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro.
Art. 28º Em qualquer órgão ou Poder Constitucional, a edição de atos normativos por autoridade administrativa, salvo os de mera organização interna, poderá ser precedida de consulta pública para manifestação de interessados, preferencialmente por meio eletrônico, a qual será considerada na decisão.
Parágrafo único: A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará o prazo e demais condições da consulta pública, observadas as normas legais e regulamentares específicas, se houver.
Art. 29º As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas.
Parágrafo único.  Os instrumentos previstos no caput deste artigo terão caráter vinculante em relação ao órgão ou entidade a que se destinam, até ulterior revisão.

Título II
Das Disposições Complementares

Art. 30º O Conselho de Ministros e a Mesa Diretora do Congresso Legislativo deverão proceder com a complementarização da legislação, de acordo com as disposições desta lei.

Título II
Das Disposições Finais

Art. 31º Revogam-se as disposições ao contrário.
Art. 32º Esta lei entra em vigor em 11 de setembro do corrente ano.
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